Incondicional: até que ponto vai o amor de mãe?

Olá! Como vão?

Sou o Marcelo Delpkin. Apresento programas de bastidores e de resenhas na Widcyber e na WebTV. Também tive passagem pela DNA TV. Agora estou com vocês aqui no UNIVERSO VIRTUAL com notícias, novidades, fofocas e resenhas.

Para inaugurar o blog, trago comentários sobre o último lançamento da plataforma Megapro: a novela Incondicional, escrita por João Carvalho Neto e que estreou em 22 de março. Conta-se a história de uma mãe que está em luto pela perda do filho e que tem a possibilidade de uma nova gravidez, já em idade um pouco avançada para tal, a fim de colocá-lo novamente em vida. Mesmo que, para isso, precise passar por cima do ex-marido e da ética. Polêmico, não? Então, que tal darmos uma olhadinha nas primeiras impressões?

 

 

Felipe é um jovem comportado e ligado à família que gosta de uma balada de vez em quando. Na primeira cena, rejeita um programa com Marina, a namorada. Porém, aceita uma carona com o “amigo” Gael. O problema é que este enche a cara de bebida na festa e também enquanto dirige. Felipe tenta assumir a direção, mas Gael não se importa com os riscos. O resultado é previsível. Em seguida, o mundo cai sob os pés de Ana ao ver o filho sendo colocado no saco preto. Fernando, o marido, tenta consolá-la em vão.

Um ano depois. Ana passa a viver em função das lembranças de Felipe e se fecha para os outros setores — o casamento, a filha Clarissa, a profissão. Fernando tenta convencer Ana a seguir com a própria vida, e isso acaba em discussão. Para piorar, ela conta suas desconfianças para Hilda, melhor amiga e colega na clínica de fertilização da Ana qual é diretora. Ela decide seguir o marido até a casa onde moravam antes e o flagra na cama com Marina.

Após mais um barraco, a separação acontece. Ana volta pra casa e dorme no quarto de Felipe, com quem se encontra em sonho. No dia seguinte, durante uma reunião, Ana tem uma ideia que pode mudar a vida dela e a de todos à volta. Num vídeo, Eliana dá o depoimento de como a inseminação artificial a salvou. Após perder a filha mais velha, teve a oportunidade de gerar gêmeas muito parecidas com a falecida e, de certa forma, de considerá-las como a volta de Sofia. Seria possível Felipe também retornar através de um novo bebê? Com ajuda de Hilda e correndo riscos, Ana decide tentar, mesmo que precise usar espermas de Fernando — ele é doador da clínica — sem autorização. Na última cena, a protagonista faz o teste de gravidez e deixa o resultado no ar. Fica para o próximo capítulo.

 

 

O roteiro se apresenta bem desenvolvido, com destaque para as descrições detalhadas: cada quadro, cada personagem, cada ambiente. Os diálogos já pecam um pouco, especialmente quando o autor estica demais as falas dos personagens com informações repetidas nas cenas de maior impacto, o que acontece com certa frequência no decorrer do capítulo. Isso tira um pouco da naturalidade. Estão mais eficientes em cenas mais diretas.

Outra recomendação está em evitar o excesso de verbos na primeira pessoa do plural nas descrições: vemos, afastamos, voltamos… Dá um ar menos formal e até profissional ao roteiro. Há autores que gostam desse método, mas deve ser usado com moderação.

O capítulo é baseado em emoção e dá mostra de que esse é o principal objetivo de Incondicional. Cativar o leitor com o laço de uma mãe com um filho que perdeu e que deseja ter de volta a todo custo. Além disso, fazer os leitores se perguntarem sobre as atitudes de Ana, se tudo vale a pena por um filho, se um filho pode ou não substituir outro. A novela conta com personagens aparentemente planos, como Marina, e outros mais esféricos, como o casal central. Ana e Fernando têm virtudes, vícios, convicções, são capazes dos piores males para se satisfazerem de um modo ou de outro. No fundo, ambos bem parecidos. Ótima definição de personagens, de conflito e de elementos que devem legar a um clímax inesquecível no decorrer dos capítulos.

Um ponto a considerar que considero negativo como foi feito no capítulo é a chamada “lacração”. Tirou um pouco da naturalidade das situações e forçou uma militância errada, quase lumenista — como a Lumena, participante do BBB 21. Por exemplo, na cena 35, o personagem Ruan acusa o tio Fernando de empatia seletiva, mas o próprio jovem falta com o respeito ao mais velho com gritos e xingamentos. Rola até um “nazista”. Até Clarissa é envolvida na história, na sequência seguinte. Um pouco mais de sutileza, e ficaria perfeito. De todo modo, parabéns ao autor pelo emocionante argumento.

É isso aí! Se ficaram curiosos pela novela, acompanhem no site do Megapro.

Espero vocês na próxima! Até lá!

>